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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Observatório da Educação Escolar Indígena



Gilvan Müller de Oliveira (IPOL e UFSC)
O que é preciso saber para alfabetizar uma criança? Que métodos de bilinguismo realmente estão sendo usados nas escolas indígenas? Que concepções de sociedade orientam os programas de ensino médio indígenas atualmente existentes? Quais os perfis docentes em cada etnia? As escolas indígenas estão a serviço de projetos de sociedade de acordo com as decisões de cada povo?
Essas e tantas outras perguntas são essenciais para a capacitação dos professores das três mil escolas indígenas do Brasil. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior), órgão do MEC que tradicionalmente se preocupava com a formação dos professores universitários, como seu próprio nome diz, está sofrendo uma reformulação para cuidar também de aspectos da formação dos professores dos níveis fundamental e médio.
(...)
Um dos projetos que nascem nesta nova Capes, chamada carinhosamente de “Capes do B”, é o Observatório da Educação Escolar Indígena, estratégia de financiamento que possibilitará que grupos de várias pós-graduações de universidades públicas brasileiras interatuem com professores e alunos das escolas indígenas e que os resultados possam ajudar a pensar sobre a formação dos docentes e sobre como implantar melhorias no ensino.
Como diz o sítio da Capes,
o Observatório da Educação Escolar Indígena pretende promover e implementar a formação inicial e continuada de professores, preferencialmente indígenas, a inserção e a contribuição destes profissionais nos projetos de pesquisa em educação e a produção e a disseminação de conhecimentos que priorizem atividades centradas como: cursos, oficinas, produção conjunta de material didático, para-didático e objetos de aprendizagem nos formatos impresso e digital. (BRASIL, 2010).
As pesquisas do Observatório usarão informações do Censo Escolar Indígena, valorizando, assim, uma base de dados que não está suficientemente utilizada e que fornece uma visão importante do que acontece nas muitas escolas indígenas do País. Esses dados estão no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), também do MEC, responsável pelo Censo.
A estratégia do Observatório, finalmente, permite que os novos Territórios Etnoeducacionais Indígenas, criados pelo governo federal, contem com elementos de planejamento para a atuação das diversas entidades em cada território (ver artigo anterior sobre esse tema).
Vemos, assim, a tentativa de integração operacional entre os diversos setores: os que pesquisam, os que planejam, os que ensinam, os que aprendem… Dá-se, assim, um) passo muito importante para responder às tantas perguntas que temos nas escolas e para criar uma educação à altura da dignidade dos povos indígenas.
Referência
BRASIL. Ministério da Educação. Observatório da Educação Escolar Indígena. 3 ago. 2009. Disponível em: Acesso em: mar. 2010.
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